No Brasil, 49 milhões de pessoas (26% da população) não têm capacidade de ler e assimilar um texto, sendo que destes 49 milhões, 16 milhões de pessoas, 8,5% da população, são analfabetas e 33 milhões (17,5%) são analfabetas funcionais. Mais preocupante ainda é o fato de que mesmo os brasileiros alfabetizados não possuem o habito de leitura, isso ocorre, principalmente, pelo avanço da tecnologia que ao invés de desenvolver habilidades em mídias baseada em textos, cada vez mais desenvolve habilidades em mídia audiovisual.Perante esta situação, a solução será incluir digitalmente pessoas que mal sabem ler, dando a elas um mundo novo em que mal se encontrariam, ou criar mecanismos de alfabetização e desenvolvimento intelectual da população? Não seria mais importante primeiramente incluir essas pessoas na “sociedade real”? Afinal, a Internet também é um instrumento de trabalho, mas o fato é que a maioria da população utiliza-se da Internet como instrumento de entretenimento.Muitos falam que não há como ter desenvolvimento econômico sem Internet, porém, para uma nação se desenvolver ela precisa que sua população se desenvolva primeiro, fato impossível se não houver investimento educacional. A solução não é colocar pessoas sem capacidade crítica em frente aos computadores, de nada adianta essa massificação alienada proposta pela tão sonhada inclusão digital.A questão fundamental de uma democracia é ter uma população que possua uma opinião sobre as questões fundamentais da nação. É muito mais válido uma “inclusão bibliográfica” para o bem da intelectualizarão da população e conseqüentemente o avanço sócio-econômico do país.É importante deixarmos claro que não somos contra a tecnologia, mas a prioridade é desenvolver uma tecnologia juntamente com uma população preparada para este avanço.

Felipe Santos de Jesus e Gonçalo Pires